16 de jul. de 2011

Despedaçado

Meu coração está em pedaços, tal qual o papel que hoje recebi, papel esse com um significado incomensurável, mas que foi rasgado sem o menor pudor. Ao recolher cada parte, estava tentando recolher os cacos do que restou de mim, cada caco afiado me dilacerava as mãos e todos os sentimentos que explodiam em mim naquele momento e com elas as lágrimas que de minha alma gritavam por liberdade.
Ouvir o tilintar de nossa aliança tocando o chão, foi como ouvir o badalar das doze horas, anunciando um funeral, e o baque surdo do meu coração tombando em meu peito.
A respiração tão pesada, difícil respirar, desfaço a mascara da falsa alegria para dar lugar nesse momento ao que de verdade estou sentindo, que venha a dor, que venha por completo, que estraçalhe meu corpo, que minhas lágrimas sejam como a lava de um vulcão, pois nesse momento é meu coração que está em erupção, jogando para fora tanta mágoa, externando tanta tristeza, revelando tanta incerteza...
Tento resgatar em mim a capacidade de mentir para mim mesmo, mas é impossível, precisava mesmo era me esconder de mim, mas nem isso consigo. Penso em juntar os pedaços e colá-los, mas será que com meu coração será possível também fazer isso? Sei que não, junto aos pedaços do papel estarão para sempre minhas certezas, e com elas toda a possibilidade de entender o que está acontecendo.

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