Doses de falsos sentimentos
Overdose de desejos frívolos
Superficiais sensações que entorpeciam
E aos poucos fui me drogando
Sendo sugado para um buraco negro
Cheio de trevas, sussurros, gemidos...
Retroalimentação... Menos queria, mais me drogava
Menos desejava mas o medo me subjugava
Tinha pesadelos onde via a verdade vir a tona
E meus monstros iam me dominando
Faziam a festa em minha mente
Perturbado vivi, a beira da loucura
Penso até que provei a euforia da insanidade
Já não me reconhecia
Estava me absorvendo, me anulando
Sofria mutações constantes impostas pelo temor
Tremores, sufocamento, e as mentiras iam se acumulando
Já não havia para onde fugir
Minha consciência me encarava no espelho e me condenava como um juiz irredutível
E eu me recolhia...
Sumi em meio a chantagens e falsas esperanças
Agi com medo e por medo
Já não era medo era terror
Um filme de terror na vida real
O som do telefone e o pânico me acometia
Acessos de fúria sem a mínima possibilidade de extravasar, sem reação.
Estava imóvel, inerte, era um morto vivo
Pensava que ceder era o melhor
E doses me eram injetadas sem o meu consentimento
As dores percorriam corpo e mente incessantemente
Não havia remédio senão a verdade
Mas eu a temia
Me vi um verdadeiro e indiscutível covarde e em minha covardia me escondi.
Ignorei o que mais amava e por algo tão fútil
Porque pensei que podia suportar e me enganei
Me enganei, e me descobri um fraco
Mas em minha fraqueza sempre esteve o meu verdadeiro eu.
E o meu eu gritava por socorro.
E eu queria libertá-lo mas o medo era maior...
Sempre maior.
Até a verdade surgir inesperadamente e a liberdade junto com ela.
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